sexta-feira, 19 de março de 2010

Sem 'como', 'quando' e nem 'porquê'

É tão complicado lidar com os caminhos que a vida nos impõe. Às vezes chega a ser doído. Tanta incerteza, tanta complexidade, misturada aos (des) sabores do vir a ser, vir a construir e do... As respostas são aquilo que mais se procura, mas que diante a essa teia de insegurança são simplesmente deletadas automaticamente, sem nem ao mesmo se ter direito de escolha, pelo menos uma escolha visível, palpável e nítida. É como no trecho de "Leve desespero" da banda Capital Inicial: "Eu não consigo mais me concentrar / Eu vou tentar alguma coisa para melhorar / É importante, todos me dizem / Mas nada me acontece como eu queria / Estou perdido, sei que estou / Cego para assuntos banais / Problemas do cotidiano / Eu já não sei como resolver...".


É estranho como nesses momentos de "leve desespero" a saudade se intensifica, os desejos se tornam mais perceptíveis (ou não), os sonhos mais distantes, surreais e inalcançáveis. Pode ser que a fraqueza tome posse do lugar do sonho, o alimento da alma e a máquina que gera a energia para o movimento dos motores da vida. Tudo tão distante, tão vazio, tão carregado de pessimismo e de solidão.
Dessa forma, o desejo maior é a segurança, o amor intenso, o autoconhecimento pleno, a sabedoria dos mestres, a certeza das escolhas e dos caminhos a seguir, a paz de espírito, a presença de... Tantas coisas, que se fosse pra descrevê-las detalhadamente, livros não seriam suficientes. A alma humana é complexa, vazia por natureza, um labirinto cheio de perguntas à procura desenfreada de respostas, soluções, no entanto, grande parte desses questionamentos permanecem vazios e alheios ao porquê de tudo e de todos.
Assim, prefiro deixar em aberto o assunto, sem um desfecho consistente, pois a vida e suas aflições, seus interrogatórios diários não têm fim, apenas estabelecem pausas semanais, mensais... Meio clichê, mas “a vida é uma caixinha de surpresas”, às vezes boas, às vezes ruins, só vivendo mesmo pra se (des) orientar nesse ‘aquário humano’.

Nenhum comentário:

Postar um comentário